Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 5 de dezembro de 2022
O investimento inicial em Bitcoin foi feito pelos irmãos com o dinheiro recebido no acordo com Zuckerberg sobre a criação do Facebook.
Foto: ReproduçãoOs gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss, os irmãos envolvidos na polêmica criação do Facebook, começaram seus negócios com Bitcoin (BTC) logo nos primeiros anos de vida da criptomoeda mais famosa do mundo.
Os empresários e remadores profissionais, que chegaram a competir na Olimpíada de 2012, fundaram a Gemini em 2014, depois de um ano de planejamento. Naquela época, quando a moeda começou a se popularizar globalmente, a dupla já tinha US$ 11 milhões de BTC, em 2013.
Quatro anos mais tarde, em 2017, os Winklevoss disseram que nunca venderam um Bitcoin. Com o preço da criptomoeda a US$ 20 mil pela primeira vez na história naquele ano, os gêmeos somavam uma fortuna de US$ 1 bilhão. Com isso, se tornaram os primeiros bilionários do Bitcoin. De lá para cá, o preço do ativo chegou a mais do que triplicar, com um pico de US$ 65 mil em julho de 2021.
“O Bitcoin ultrapassou o Facebook em capitalização de mercado”, escreveu Cameron Winklevoss, durante a ascensão do preço da cripto. “Faz sentido que uma rede de dinheiro seja mais valiosa do que uma rede social,” disse, em um comentário que alfineta a empresa de Mark Zuckerberg, que teria roubado sua ideia para o Facebook, como retratado no filme A Rede Social, de 2010.
O investimento inicial em Bitcoin foi feito pelos irmãos com o dinheiro recebido no acordo com Zuckerberg sobre a criação do Facebook. Ou seja, de uma forma ou de outra, o dinheiro dos irmãos estava predestinado a se multiplicar.
Dificuldades e declínio
Em junho de 2022, veio o declínio no preço do Bitcoin. Com a alta na taxa de juros nos Estados Unidos para conter a inflação provocada pela crise econômica da covid, a Gemini precisou apertar os cintos. A empresa fez sua primeira grande demissão e cortou 10% do seu quadro de funcionários. Os cortes, segundo a empresa, foram devido “às turbulentas condições do mercado, que poderão persistir por algum tempo”.
Com 60% de redução no preço do Bitcoin neste ano, não só a Gemini foi impactada, como também as corretoras Coinbase, Crypto.com, Mercado Bitcoin, Bitso e BitMEX.
Diante das dificuldades, em outubro deste ano, Cameron Winklevoss decidiu renunciar ao cargo de diretoria da Gemini Europe, subsidiária da corretora cripto Gemini, que tem sede em Nova York, e opera em 29 países europeus. No total, a exchange atua em 60 países, incluindo o Brasil.
A Gemini está longe de atravessar uma crise como a da FTX. Até porque, em 2018, a empresa criou um mecanismo de negociação que gera liquidez ao permitir negócios de alto volume que não aparecem no livro de pedidos até que sejam completados. Mas, com todo o mercado de criptomoedas sob escrutínio mundial, a empresa dos Winklevoss também está longe dos dias de ouro.
Será que a canoa dos gêmeos do Facebook furou? A única certeza é que eles vão continuar a remar, mas agora o oceano azul do passado virou um oceano vermelho.