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Futebol Copa do Mundo do Catar: governo argentino entra em campo para resolver o problema da falta de figurinhas

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A escassez, motorizada pela incomum demanda, produz distorções, gerando um mercado paralelo de figurinhas. (Foto: Reprodução)

Se o desafio de todo colecionador é completar o álbum, na Argentina, nesta reta final para a Copa do Mundo do Catar, surgiu uma nova missão: conseguir figurinhas em meio à profunda escassez de pacotinhos, chegando ao ponto de o governo tratar o problema como uma questão de Estado.

A escassez, motorizada pela incomum demanda, produz distorções, gerando um mercado paralelo de figurinhas em coincidente sintonia com o mercado não oficial do dólar e levando os argentinos a contarem com os preços mais elevados da América Latina, apesar de terem, neste momento, um dos salários de menor poder aquisitivo da região, quando medidos na moeda dos Estados Unidos.

Na Argentina, a principal venda de figurinhas é por meio dos chamados “quiosques” (kioscos). São lojinhas de conveniência espalhadas por quase todos os quarteirões das cidades do país. “Não, não tenho. Há muito tempo que não recebo figurinhas da Panini”, diz um dos quiosqueiros. “Cerca de 50 crianças e adultos por hora me perguntam se tenho figurinhas”, responde outro.

Mercado paralelo

Oficialmente, cada pacotinho de figurinhas custa 150 pesos. Na prática, devido à escassez, os preços variam até 300 pesos. Pela Internet, os valores podem chegar a 600 pesos cada envelope fechado, quadruplicando o seu valor original.

Esse mercado paralelo tem uma coincidente relação com o mercado de câmbio. Enquanto US$ 1 na Argentina vale 150 pesos no câmbio oficial, no paralelo, chega a 300 pesos. E assim como o câmbio oficial é fictício porque ninguém tem acesso, resta o câmbio paralelo. Uma das maiores ilustrações desse mercado paralelo acontece pelo centro de Buenos Aires. Os mesmos doleiros que gritam “câmbio, câmbio” aos turistas, agora anunciam também “figuritas, figuritas del Mundial” aos argentinos.

“Pela internet, a diferença de preço é um roubo e há muitos golpes. Em outros canais de venda, é um pouco mais fácil, mas mais caro do que o oficial. Acontece com as figurinhas o mesmo que acontece no mercado do dólar”, indica o contador público Juan Pablo Mogni. “Acho que, no Brasil, não vão entender isso”, brinca. “Para mim, é uma volta à infância. Acho genial vir ao parque trocar figurinhas tanto com crianças quanto com médicos, todos unidos pela mesma paixão”, destaca.

Estado

Há duas semanas, a Secretaria de Comércio do governo argentino convocou as partes para tentar uma solução, pondo-se como mediadora e tornando a escassez de figurinhas uma questão de Estado. “O secretário de Comércio, Matías Tombolini, pôs à disposição as equipes legais e técnicas da Secretaria para colaborar na procura de possíveis soluções entre as partes em torno da comercialização de figurinhas do Mundial do Catar”, informou o governo.

De um lado estão os representantes na Argentina da empresa italiana Panini, responsável pelo álbum no mundo. Do outro, os representantes da União dos Quiosqueiros da República Argentina (UKRA, na sigla em espanhol).

“A empresa Panini se comprometeu a fabricar mais, aumentando entre 15% e 20% a sua produção na Argentina. Por outro lado, prometeu começar a controlar os distribuidores. Cerca de 95% do que a empresa produz vai aos quiosques enquanto os restantes 5% são vendidos através de supermercados e outros canais. O problema é que a empresa vende aos distribuidores, mas os distribuidores resolveram fazer um negócio paralelo: vendem eles mesmos diretamente ao público, através da Internet, aproveitando a febre pelas figurinhas”, explica Ernesto Acuña, vice-presidente da UKRA.

O problema começou logo no dia 21 de agosto, Dia das Crianças na Argentina. A empresa lançou o álbum em sintonia com a data e esse foi um dos principais presentes para as crianças. Desde então, a escassez se manteve.

No começo de setembro, Acuña comandou um protesto com cerca de 200 quiosqueiros na porta da Panini, acusando a empresa de vender online através do seu site e de não impedir que os distribuidores vendessem as figurinhas diretamente pela internet. Pela lógica dos manifestantes, se os quiosques vendem as figurinhas de outros álbuns da Panini durante quatro anos, por que devem perder o mercado justamente no período de maior rentabilidade que a Copa do Mundo representa?

As figurinhas saem da Panini em caminhões diretamente aos distribuidores. Para operação, a rua do bairro de Martínez, no município de San Isidro, na região metropolitana de Buenos Aires, é fechada com reforço policial. Os caminhões partem, como carro-forte, escoltados pela polícia.

“A menor parte da carga que os distribuidores não vendem pela Internet é entregue aos quiosques, mas mais caro. Deveriam vender a 115 ou 120 pesos para vendermos a 150, mas entregam a 200 ou 250, elevando o preço final a 250 ou até 300 pesos”, critica Ernesto.

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