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Por Redação O Sul | 11 de novembro de 2020
Eram 1.715 na última eleição, em 2016; agora, são 2.215
Foto: Antonio Augusto/Ascom/TSEO número de candidatos que se declaram indígenas cresceu 29% nos últimos quatro anos, segundo levantamento feito com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Eram 1.715 na última eleição, em 2016; agora, são 2.215.
Os indígenas respondem por 0,40% do total de candidatos, mesmo percentual observado na população brasileira, segundo o último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os candidatos indígenas estão distribuídos por 557 municípios em todos os Estados. O Amazonas concentra o maior número de candidatos indígenas. São 498, uma alta de 40% em relação à última eleição. O município líder em candidaturas indígenas também fica no Estado do Norte do País: São Gabriel da Cachoeira, com 129 candidatos.
“Com o fim da coligação eleitoral para as eleições proporcionais, ou seja, no Legislativo, os partidos têm adotado a estratégia de apresentar candidaturas que se aproximem das características da população brasileira”, afirma Luciana Santana, doutora em Ciência Política.
“E com o aumento de candidaturas, especialmente nas cidades de grande porte, torna-se mais crível identificar candidaturas com esse perfil ou mesmo de outros que chamem a atenção do eleitor, tais como mais candidaturas ligadas à segurança pública, à área da educação ou saúde.”
Baixo desempenho eleitoral
Os candidatos que se declaram indígenas registraram o segundo pior índice de sucesso eleitoral em 2016, atrás apenas dos que se declaram pretos. Ao todo, 184 candidatos indígenas que disputaram a última eleição foram eleitos, ou 10,7% do total.
Partidos com mais indígenas
O PT é o partido com o maior número de indígenas nesta eleição: 264, o equivalente a 0,8% dos candidatos da legenda. Já o PSTU é o que tem o maior percentual de indígenas em relação ao total de candidatos. São 7 registros, o que representa 3,4% do total.
“Chama a atenção a predominância desse perfil de candidaturas em partidos de centro-esquerda ou esquerda”, diz a cientista política Luciana Santana. “Acredito que o que explica isso é o próprio histórico desses partidos com os movimentos sociais ligados à questões raciais e étnicas.”