Segunda-feira, 09 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 14 de julho de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O presidente Michel Temer escolheu quem vai substituí-lo quando viajar ao exterior. Se o Senado confirmar o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff, o deputado federal Rodrigo Maia, do DEM, passa a ser o segundo na linha sucessória.
Temer afastou o risco de deixar em seu lugar um político vinculado a Eduardo Cunha. Ontem à noite, antes de começar o discurso, pedindo apoio no segundo turno, Rogério Rosso, do PSD, chamou Rodrigo à tribuna para lhe dar um abraço e falou em conciliação. Sabia que estava fulminado. Não passou de 170 votos.
Os 285 votos obtidos por Rodrigo vira a página do período no qual Cunha reinou. Ao mesmo tempo, ressuscita o DEM, que andava em baixa, desde que o PSD surgiu em 2011.
NO REINO DA DESPROPORÇÃO
O primeiro dever do novo presidente é ter coragem de abrir as contas, explicando os motivos da despesa anual de 4 bilhões e 500 milhões de reais da Câmara dos Deputados. Precisa acrescentar a justificativa para a manutenção de 3 mil e 258 servidores concursados, 1 mil e 571 ocupantes de cargos de natureza especial, 10 mil e 771 secretários parlamentares e 3 mil e 181 funcionários terceirizados.
Após os esclarecimentos à população que sustenta os gastos, estará em condições de começar o mandato-tampão até 31 de janeiro de 2017. Caso contrário, será mais do mesmo, regendo a velha orquestra do quanto mais caro, melhor.
NÃO AVANÇOU
Marcelo Castro, do PMDB do Piauí e ex-ministro da Saúde no governo Dilma, iria se tornar mais uma boia de salvação de Eduardo Cunha, caso se elegesse presidente da Câmara. Retardaria o andamento do processo de cassação o quanto pudesse. Com apoio do PT e do PDT, ficou em 3º lugar com 70 votos.
O QUE DEVE FAZER
Quando foi registrada ontem a 17ª candidatura à presidência da Câmara, alguns lembraram: é o número atômico do cloro. Que o eleito venha para lavar o ambiente contaminado.
DINHEIRO DESVIADO
No mundo inteiro, a Previdência se faz com capitalização em imóveis, títulos públicos e privados. Outra forma é emprestando dinheiro a empresários, que devolvem com juros e correção monetária. No Brasil, os recursos de um possível fundo foram retirados para a construção de prédios faraônicos, como os de Brasília, e que nunca mais voltaram. Agora, com a corda no pescoço, o governo encaminha para a fila mudanças amargas.
BANDEIRA BRANCA
O vereador Kevin Krieger pediu ontem regime de urgência para votação do projeto que regulamenta o Uber em Porto Alegre. Se a proposta não enfrentar oposição, a decisão do plenário da Câmara será conhecida até meados de agosto, tirando a tensão de um serviço indispensável à população.
GIRO DE 180 GRAUS
A 14 de julho de 2006, durante entrevista à Agência Reuters, o presidente Lula disse que “nunca fui esquerdista, como sempre pareceu, desde a fundação do PT”. Afastou também temores de segmentos da sociedade de que pudesse se voltar a uma política radical para agradar antigos eleitores.
CADA UM POR SI
O presidente Michel Temer deu valiosa contribuição para diminuir a briga entre vizinhos: sancionou a lei que torna obrigatória a medição individualizada do consumo de água nos condomínios.
ONDE ESTÃO?
O governo federal não precisa aumentar impostos para melhorar os serviços públicos. A avaliação é de 81 por cento dos brasileiros consultados em pesquisa da Confederação Nacional da Indústria/Ibope. É preciso localizar os 19 por cento que concordam com a cobrança de mais tributos.
EXIGÊNCIA
Os municípios receberam ontem socorro de 2 bilhões de 700 milhões de reais. Mesmo assim, alguns prefeitos saíram da audiência, no Palácio Planalto, reclamando que o presidente Michel Temer não serviu cafezinho. Imaginavam estar em Londres, sendo recebidos no Palácio de Buckingham, onde os rituais são indispensáveis.
RÁPIDAS
* O PSDB uniu-se novamente ao DEM, fazendo Rodrigo Maia chegar ao 2º turno da eleição na Câmara.
* O economista Roberto Campos costumava dizer: “A indústria privada está sob controle do governo e o setor público está sob o controle de ninguém.”
* Em meio à crise ética, o ano eleitoral vira enigma cercado de mistérios dentro de uma charada.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.