Por Redação O Sul | 30 de abril de 2025
Procedimentos estéticos indetectáveis são a nova tendência da área, com foco em resultados mais naturais e na eliminação de exageros e artificialidades. Muitas pessoas acreditam que essa mudança é resultado direto das novas tecnologias disponíveis em consultórios médicos. No entanto, para a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, essa percepção está incompleta.
“Sempre amei tecnologias e tenho as mais modernas na minha clínica. Mas não podemos esquecer que elas são dependentes de quem as opera. O que isso significa? Que o resultado depende da habilidade do profissional. Se bem utilizadas, essas ferramentas entregam excelentes resultados. Mas sozinhas, não resolvem”, afirma Paola.
“O ideal é associá-las a técnicas que atuam em diferentes estruturas para alcançar um resultado global. Por isso, sempre explico que o conhecimento técnico, o diagnóstico correto e o olhar do profissional são o que realmente possibilitam um resultado natural”, completa.
Segundo ela, mesmo com tecnologias e técnicas consideradas antigas, é possível obter bons resultados. — Com recursos mais avançados, conseguimos resultados naturais ainda melhores e até surpreendentes — acrescenta.
Defensora da naturalidade nos procedimentos, Paola destaca que o domínio da anatomia humana é essencial para compreender o processo de envelhecimento e oferecer tratamentos eficazes.
“Ao estudar a anatomia e o envelhecimento, percebemos diversas mudanças na estrutura da face: os ossos se tornam menos densos, os músculos ficam mais finos e flácidos, há perda gradual da gordura facial e a pele sofre com a diminuição de colágeno, elastina e ácido hialurônico, o que causa flacidez, rugas e perda de viço. A pele também vai se tornando cada vez mais fina”, explica.
Paola conta que sempre se pautou por preservar a fisionomia de seus pacientes, mesmo com o passar dos anos. — No entanto, muitas pessoas — pacientes e até profissionais —, na busca exagerada pela juventude, cometeram excessos e criaram verdadeiras monstruosidades com procedimentos mal executados. Agora, buscam recuperar a aparência natural que tinham antes — afirma.
Ela explica que o resultado natural é uma construção feita em etapas, com metas de curto, médio e longo prazo. — Assim como na construção de uma casa, em que começamos pela fundação, depois erguemos as paredes, o teto e, por fim, decoramos, na estética também seguimos esse processo. Precisamos tratar a causa, melhorar todas as estruturas e, só então, realizar o refinamento — afirma.
“Não é algo que se faz em um único dia ou com um único procedimento. Vídeos nas redes sociais que mostram resultados finais imediatos muitas vezes não condizem com a realidade e geram expectativas irreais. Quanto maior o grau de flacidez ou envelhecimento, mais tempo será necessário para alcançar o resultado desejado. Por isso, a prevenção continua sendo o melhor caminho”, enfatiza.
Para a especialista, os avanços tecnológicos são bem-vindos e trazem benefícios, mas não são os únicos responsáveis pelos bons resultados. — O que define um resultado natural não é a tecnologia ou a técnica isoladamente, mas a forma como elas são aplicadas. Um resultado natural depende do diagnóstico correto e da associação inteligente entre técnicas e tecnologias adequadas ao caso de cada paciente. A ausência de um diagnóstico preciso leva à escolha equivocada de técnicas, resultando em procedimentos artificiais, exagerados ou sem efeito — alerta.
