Terça-feira, 22 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 27 de fevereiro de 2022
O encarregado de negócios da Embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, cobrou do Brasil, em entrevista coletiva na última sexta-feira (25), uma “reação mais forte” contra a Rússia no conflito com a Ucrânia.
“Esperamos que o Brasil condene as ações e também gostaríamos que aplicasse sanções econômicas contra o país. Esperamos que cada membro da comunidade internacional condene”, disse.
O encarregado também declarou que tinha uma expectativa para ver qual seria a posição do Brasil na resolução do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). O documento acabou vetado pela Rússia na noite de sexta (25), mas o Brasil foi um dos 11 países que votaram a favor da medida que condenava a invasão russa e pedia a retirada imediata das tropas.
“O principal é que o Brasil apoiou junto com os outros 11 membros do Conselho de Segurança da ONU apoiou a resolução com a solicitação de terminar as ações agressivas da Rússia. Esperamos que o Brasil continue apoiando hoje e também durante a sessão da Assembleia Geral”, informou ele neste domingo (27).
Questionado sobre os territórios radioativos, caso da usina nuclear de Chernobyl – já tomada pela Rússia, o diplomata informou que “a invasão pode levar a uma catástrofe ambiental na Europa”. Ele disse que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) já foi comunicada e que os tanques colocaram a poeira radioativa para o ar.
Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro disse neste domingo (27) que o voto do Brasil em resolução da ONU sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia é livre, com equilíbrio. Ele acrescentou que o Brasil não defende “nenhuma sanção ou condenação ao presidente Putin”.
“Nossa posição tem que ser de bastante cautela, não podemos ao tentar solucionar um caso que é grave, ninguém é a favor de guerra em lugar nenhum do mundo, trazemos problemas gravíssimos para toda a humanidade e para o nosso país que também está nesse contexto”, afirmou em entrevista coletiva à imprensa, no Forte dos Andradas, no Guarujá, litoral de São Paulo..
Bolsonaro lembrou ainda que conversou com presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre o conflito e questões comerciais, como a importação de fertilizantes pelo Brasil. “Estive conversando com o presidente Putin, mais de duas horas de conversa. Tratamos de muita coisa. A questão dos fertilizantes foi a mais importante. Tratamos do nosso comércio. E obviamente ele falou alguma coisa sobre a Ucrânia, mas me reservo a não entrar em detalhes da forma como vocês gostariam”, disse Bolsonaro. A declaração foi interpretada como se o presidente brasileiro houvesse telefonado para Putin neste domingo.
Em nota, divulgada após a entrevista do presidente, a Assessoria de Imprensa do Gabinete do Ministério das Relações Exteriores disse que Bolsonaro se referia “às duas horas de conversa ao vivo, na visita a Moscou [no dia 16 deste mês]. Não houve telefonema”, neste domingo, para Putin, informou a pasta.
Para o presidente, o conflito deve chegar, em breve, a uma solução. “Não acredito que vá se prolongar. Até pela diferença bélica de um país para outro. A gente espera que países da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] não potencializem esse problema que está para ser resolvido, no meu entender”, declarou. As informações são da CNN, do jornal Correio Braziliense e da Agência Brasil.