Segunda-feira, 18 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2025
Moraes foi chamado pelo jornal norte-americano de "xerife da democracia"
Foto: Fellipe Sampaio/STFEm entrevista ao jornal norte-americano The Washington Post, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes disse que não pretende recuar em suas decisões sobre o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por participação em uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Na entrevista, divulgada nesta segunda-feira (18), o ministro afirmou que “não existe a menor possibilidade de recuar nem um milímetro sequer”, apesar das sanções impostas contra ele pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Faremos o que é certo: receberemos a acusação, analisaremos as provas, e quem deve ser condenado será condenado e quem deve ser absolvido será absolvido”, disse Moraes, que foi sancionado pela Casa Branca com a Lei Magnitsky, usada para punir estrangeiros.
Na reportagem, intitulada “O juiz que se recusa a ceder à vontade de Trump”, Moraes foi chamado pelo jornal norte-americano de “xerife da democracia”. O The Washington Post também afirmou que os “decretos expansivos” do ministro repercutiram no mundo inteiro, em menção às sanções impostas a redes sociais, como o X, de Elon Musk.
“Entendo que, para uma cultura americana, seja mais difícil compreender a fragilidade da democracia porque nunca houve um golpe lá”, disse Moraes ao jornal. “Mas o Brasil teve anos de ditadura sob o [presidente Getúlio] Vargas, outros 20 anos de ditadura militar e inúmeras tentativas de golpe. Quando você é muito mais atacado por uma doença, forma anticorpos mais fortes e busca uma vacina preventiva”, prosseguiu o ministro.
Questionado sobre as sanções impostas a ele pelo governo de Donald Trump, Moraes declarou: “É agradável passar por isso? Claro que não é agradável”. Segundo ele, no entanto, é preciso defender a democracia. “Enquanto houver necessidade, a investigação continuará”, prosseguiu.